Thursday, June 30, 2011

Queria falar contigo

queria falar contigo, ontem ainda que por momentos mas tenho medo, medo que a conversa, o tempo que partilhas comigo cesse. mais uma vez quis matar a minha fome de saber de ti, mais uma vez a mim perguntei se por mim chamas, se em mim pensas, se comigo sonhas. eras tu que me procuravas, quando vi de relance um vulto passar? se eras, porque me deixaste só, parcimoniosamente no meio de sombras, sem merecer o gasto de um segundo em troca de um beijo acenado. que coisa te distrai que nem dás por mim? tenho medo de quebrar esse fio, com que teces os dias sem memória. que fosse tão fácil provar o teu beijo como provei que ontem te procurei, mas tenho medo, pois não sei se haverá caminho para regressar a ti mesmo sabendo que de ti não quero partir. as palavras ou beijos ou lágrimas, que deixaste no teu caminho para me dizeres que respiraste o meu corpo, ontem em noite que passou, dão me paz, mas deixam saudade de sentir o toque da tua pele. e o tempo não passa, não anda de tão imóvel que está, o mesmo tempo que apagará a tua existencia, que me faz querer dar-te a mão e assim ficar, eternamente, nesse horizonte onde o tempo não manda nem faz sentido, não existe nem é mensurável, mas tenho medo, que ele não me deixe provar a doçura que te envolve.

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