Friday, January 11, 2013

Sail Away


Sabes aqueles dias em que as conversas não terminavam sem que um de nós adormecesse, em que as decisões que tomávamos implicavam ter de sonhar longe de casa mas perto um do outro, em que navegávamos na tua pele, ou na minha, apesar de não tocarmos mais do que o ar que nos envolvia. sabes quanto tempo passou? sabes o que mudou? Certamente sabes. O tempo deixou de ser singular, passou a contar-se dois a dois. Segundos e horas passaram a correr sempre que estivemos juntos, sempre que houve sorrisos e lágrimas, sempre que mostramos que deixamos de ser eu e tu para sermos apenas nós. Corremos mundo inteiro, guardamos em mente e em papel, sons, palavras, imagens. Lembranças de tempos felizes a que hoje queria voltar. Pena não mandar nos sonhos, não poder escolher sonhar contigo hoje antes de dormir. Não precisava de sair do quarto, do jardim, da praia, porque tudo o que queria era na tua pele navegar.

Tuesday, January 08, 2013

Moro aqui

Às vezes quando escrevo para ti não oiço mais do que gritos mudos, não oiço mais do que um silêncio avassalador de quem quer contar a história de um mundo em que poucos acreditam, em que é preciso tirar a roupa de adulto e vestir-se com a imaginação de uma criança. És alguém que levaria comigo de braço dado até onde o destino me quisesse levar. Essa pessoa dona de sorrisos e silêncios, cheia de boa disposição e mau feitio, de mãos frias e coração quente. Tantas contrariedades numa vida como tantas vezes ouvi o teu coração gritar como a tua voz. E as saudades de o ouvir, sempre igual, sempre a dizer na sua língua e à sua maneira, tu moras aqui. Tu moras aqui desde o dia em que roubaste o meu sorriso, desde o dia em que me deste a mão e me aqueceste o coração. Tu vais ficar aqui hoje e amanhã, porque me fizeste bem, e eu não me esqueço dos sorrisos com que secaste cada lagrima que fugiu de mim.