Sunday, July 03, 2011

Conta-me tempo

tudo o que tenho pensado nestes dias é em tempo, já não penso em mim, em ti, em nós, simplesmente em tempo. tempo que não passa nem quer passar, segundos transformados em horas ou dias por essas malvadas transmutações a tender para o infinito, a levar-te para longe de mim. perdido em contagens decrescentes para te ter nos meus braços, nem isso, para te ter ao meu lado, pois este tempo não anda, parece magoado, partido, quebrado em fragmentos inconciliáveis, eternamente separados como nós parecemos estar. porque não se quebra esta linha de pensamento, porque não vai a tua imagem para longe de mim? conta-me, sussurra docemente ao meu ouvido as saudades que tens, de mim, de um beijo meu que nunca provaste. em sonhos, conta-me, o quanto queres segurar a minha mão, colá-la no teu peito enquanto me roubas esse desejado beijo. conta-me ou esconde-te nesse escudo de medo e arrependimento enquanto murmuras que me queres sem quereres, que me desejas sem me teres, que me adoras sem gostares, que me amas sem amares. conta-me o quanto querias que estivesse enrolado na tua pele, abraçado ao teu calor, seduzido pelo teu olhar, viciado no teu amor, louco pelo teu beijar... conta-me a nossa história com um final feliz, hoje, agora, conta-me ao ouvido, baixinho em tom de segredo, longe de lágrimas, tristeza e medo. enche de palavras a minha mente para que te possa provar, enquanto falas, enquanto ris, mas não pares, não interrompas essa linha de pensamento que te liga a mim, enquanto me contas... enquanto te peço, conta-me... o quanto gostas mim.

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