Thursday, March 31, 2011

Chuva

As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir...

... Mariza (Chuva)

Wednesday, March 30, 2011

Dia de amanhã

já não me lembro se o assunto foi monologado por estes lados em publicações anteriores, talvez porque muitas vezes penso nele, se sim servirá este texto para reforçar a ideia, se não será apenas a primeira vez de muitas.
complicado paragrafo de introdução, como complicada é a questão que tão poucas vezes corre desenfreadamente entre sinapses, imagens e pensamentos que preenchem o trabalho dos nossos neurónios. apesar de viver um pouco o dia a dia sem pensar no que virá amanhã contínuo a encontrar com elevada frequência quem não faça o mesmo, quem se guarde de males maiores por medo ou precaução. não estou a aconselhar que se viva assim, até porque é necessário perceber a razão para o fazer. mas como qualquer regra existem excepções e é nessas alturas que é simples chegar à conclusão que é bom continuar a viver um dia de cada vez.
pelas minhas contas, que não costumam falhar muito e vendo apenas a perspectiva pessimista estarei cego do olho direito daqui a 5 anos. provavelmente terei algum problema cardíaco nos próximos 5 a 15 anos. podia ser ainda mais pessimista e incluir mais alguns que só de pensar fazem arrepios, mas ficam para já estes dois que ainda vão dando que pensar, especialmente o primeiro, já que o olho esquerdo também já teve melhores dias. não ver foi talvez o acontecimento que mais me marcou e não desejo isso a ninguém, desejo sim que vejam o ensaio sobre a cegueira e que aprendam com ele uma lição, mais uma das muitas que aprendi com quem já cá não está. eu não vi, senti e é sentindo que se vive os dias com a intensidade devida, porque passatempos há muitos, vida só temos esta.

Monday, March 28, 2011

Simplesmente

quando existe um problema usamos muitas vezes a palavra "porquê". mas porquê? não existe outra abordagem? outra maneira de tentar encontrar soluções, caminhos, formas de achar um final feliz como nos contos de miúdos? o certo é que em grande parte das situações o porquê não faz sentido pois, o problema não está lá, está aqui bem perto, escondido em locais onde nunca nos lembramos de procurar. outras vezes porém, o problema nem sequer existe. a criação de um perfil pouco confiante, de hipocondrismo anímico torna o ser mais independente no mais carente, chato, questionador e muitas vezes cansativamente repetitivo. esperar que um clic possa mudar esse estado, como se de uns e zeros se tratasse, como se o necessário fosse apenas um pequeno estímulo é desesperante. a solução é simplesmente infinita, como se algo que não termina pudesse ser entendido por uma criança, no entanto, a criança entente esse simples, não tem os mesmos problemas porque nem sequer pensa neles por não os criar.

Monday, March 21, 2011

Dia mundial da poesia

porque hoje é o dia mundial da poesia, aqui fica um dos meus contributos.
obrigado a ti pela inspiração :)

mais uma das minhas missivas
começas a ler neste momento
espero corresponder às expectativas
pois o teu sorriso dá-me alento

podia desfazer-me em palavras doces
açúcar branco, imaculado e puro
faria isso se tu fosses
a luz que me protege do escuro

sim és. dúvidas dessa realidade?
que me dás o sorriso a cada acordar
que tens essa habilidade
de me preencher o olhar

mas falemos do dia que passa
que seja o primeiro de muitos costumam falar
que por muitos anos a menina faça
deste dia um momento a recordar

sentes falta de mel neste poema?
de mimos como estás habituada?
não temas pois não há problema
eles vão chegar daqui a nada

palavras lindas que te aquecem
que fazem o teu coração correr
tão doces que não se esquecem
nem se apagam do teu ser

noto a tua face rosada
sinto de longe o teu calor
sei que estás apaixonada
sei quem é o teu amor

vejo o sorriso nos teus lábios
vejo o brilho do teu olhar
não é preciso ser dos mais sábios
para nesta altura um beijo roubar

espero que gostes da tua prenda
destas palavras que escrevi
assim como da outra oferenda
que a comprar me atrevi

não quero que fiques chateada
por ter tomado essa decisão
sabes que és a minha adorada
do fundo do coração

não sorrias dessa forma
pelas palavras e pelo feito
pois já sabes que é norma
o que faço deixar-te sem jeito

envergonhada sem saber o que fazer
em tom encarnado levemente corada
certo que não te vais esconder
nem dizer que não estás apaixonada

penso não ter dado novidades
nada que não soubesses já
pois são tudo verdades
o que te disse de dezembro para cá

não mais me vou alongar
por querer a tua atenção
não que as palavras possam faltar
como falta me faz o teu coração

por isso assim me despeço
com um beijo teu na mente
por agora nem isso te peço
quero roubá-lo de repente

quero muito ver-te com cara alegre
neste dia feliz quase lendário
e que para o ano mais uma vez se celebre
o teu día de aniversário

Wednesday, March 09, 2011

Porque...

porque a memória o permite
porque os momentos não se esquecem
porque por mais que acredite
que meras palavras te enlouquecem

porque a vida não são só três dias
porque ela pode acabar agora
porque não dizes o que querias
e me abraças sem demora

porque não te vejo a meu lado
porque não sinto a tua pele
porque tê-la longe não é do meu agrado
sendo ela tão doce quanto o mel

porque faço tantas perguntas
porque razão não sei responder
porque não estão duas almas juntas
proibidas de viver

porque não é tudo mais simples
porque não me deixam filosofar
porque a filosofia de aristocles
era bem mais do que pensar

porque é assim a nossa essência
porque não sei mais o que dizer
porque escrevi com excelência
este poema de saber