Wednesday, December 28, 2011

Mil pormenores

ao escrever as frases que se seguem estou a contrariar um pouco a minha filosofia de vida. estou no entanto, também a dar-lhe um suporte ideológico credível. viver a curto prazo implica uma maior intensidade, uma maior dedicação temporal e emocional da pessoa que assim vive. é certo que numa sociedade como a que vivemos, faz muito mais sentido viver a longo prazo, com a ideia de que a vida é uma aproximação irreal de algo infinito. o facto de se viver a longo prazo leva muitas vezes ao desleixo e à falta de valores. não existe riqueza nenhuma no mundo que pague muitos dos bens que temos ao nosso dispor desde o dia que nascemos, sejam bens humanos, materiais ou mesmo intelectuais. um exercício conhecido e muito criticado é o ensaio sobre a cegueira, retratado por alguém que merece a minha mais profunda admiração, pelas ideias, pela crença e pela originalidade. poucas pessoas imaginam o mundo sem ver, poucas pessoas dão o devido valor a esse bem... talvez porque nunca o perderam.
poucas pessoas dão valor aos amigos. amigo é qualquer um, qualquer colega, qualquer pessoa que vá na rua. muitas vezes até os inimigos fazem parte dos seus amigos. não é dado o devido valor, a dedicação necessária, a atenção e o tempo. sim o tempo. como se não fosse preciso tempo para dar valor, tempo para dar dedicação ou tempo para dar atenção. é preciso tempo para todas elas, mas como é a vida, também o tempo é limitado, tal como a lista de amigos deve ser, pois só assim a palavra terá o verdadeiro sentido.
podia enumerar bens e mais bens, água, luz, comida, um carro, telefone, ouvir, andar, os dedos de uma mão.
cada vez mais as pessoas vivem habituadas a ter, esquecem os pormenores e consideram tudo como dados adquiridos. é triste que assim seja, especialmente para alguém que vive assim, a curto prazo, onde o dia a dia é feito de pequenos pormenores que fazem o mundo um sítio tão melhor.
às vezes basta ouvir uma palavra, basta olhar e reconhecer um gesto, basta ter a coragem de ser diferente. muitos não fazem ideia, outros fazem e entendem-me perfeitamente.
para eles a vida passa antes que a possamos viver. para eles, que apenas existiram, não há mil pormenores para descobrir amanhã, dois amigos para cuidar e uma pessoa para amar, existe apenas um passado incompreensível e um futuro sem rumo.
"Quem tem um porquê de viver, quase sempre encontrará o como." Nietzsche

Tuesday, November 29, 2011

Imaginação

O vazio do lugar onde estou contrasta tenuemente com a mente preenchida de relíquias que a eternidade há-de guardar. A ironia de possuir o todo, quando o que queremos se resume a uma porção de sofá, de dois corpos envoltos em desejos de uma imaginação puramente fértil e comum a ambos. A certeza de querer inverter o tempo, parar, abraçar e não mais largar, esse teu corpo, esse teu dom simples de existir, complexo de compreender, simplesmente impossível de resistir.
Conhecer-te como quem sabe de cor o infinito,
ter nas mãos o que as palavras não sabem contar,
não seguir mais nada além do que acredito,
sonhando a cada segundo esses doces lábios beijar.

Saturday, October 01, 2011

Inquietude

pensar se devo aqui ficar, só na inquietude da tua companhia. pergunto se a rotina te aborrece. quero sair do caminho que todos conhecem, correr por trilhos distintos até perder o fôlego, até cair no chão e por sorte encontrar-te ao meu lado. para quê desenhar rumos ou projectos se não sabemos o futuro, para quê escrever cartas ou diários se o passado já não é nosso. quero ter sono para acordar ao teu lado, mas deixar longe essa preguiça. ela é chata e o sossego também o é. quero o teu calor, sentir a entropia de vasos sanguíneos, palpitar de corações, esse respirar de quem quer que o sossego fique bem longe, bem guardado na calma da alma, na sua infinita quietude. e quando o cansaço superar tudo, esperamos um pouco e começamos outra vez.

Thursday, September 22, 2011

the beginning...

the end... adeus...
eram essas as palavras que faltavam, que esperava ouvir mas não queria, não quero. porque a vida passa a correr e ainda há pouco disseste, eles ficam sempre sem reconhecimento. mas eu reconheço, eu noto, eu sinto que me fazes falta. que neste momento, que hoje, que agora devias estar aqui ao meu lado. sim, egoista que sou por exigir a tua presença. e pensar que por duas insignificantes tiras pretas, por dois pedaços de pele que fazem mover o peso que os meus ombros não suportam, perdi no ar o beijo que tinhas para me dar. sim, eu sei que era só um beijo... mas eu quero.

deixas-me a pensar. detesto o frio e o tempo. não o tempo que traz a chuva, mas aquele tempo que não anda, que não passa mais depressa quando eu quero. mas que corre desenfreadamente quando eu queria que parasse e foge de nós como o diabo da cruz.

apetece-me correr para ti, pegar-te na mão e não mais te deixar partir. apostar tudo como quem nada tem a perder, mesmo sabendo que não devo sorte ao jogo nem ao amor. se depois de tudo isso a minha sina for perder, terei de voltar à casa de partida.
the beginning... olá...

Sunday, September 18, 2011

black and white

A essência de ser divide-se essencialmente em duas partes, separadas e intocáveis, partidas por um espelho que apenas as deixa ver a si próprias.
uma acredita no rosa desses contos de crianças, em palavras de outra pessoa, como o calor de dois corpos enrolados, um beijo antes do final do filme ou esse jogo de pés com pés em lençóis do teu leito. uma acredita no inconcebível, no que sabe impossível, mas continua, segue cegamente em frente na procura desse sonho de ser grande. mergulha no vazio e vence nesse misto de coragem e loucura.

ambas vivem na solidão de não poder viver em simultâneo e talvez seja isso que as mantém vivas.

a outra vive em cantos só seus, vagueia só por essas ruas pintadas de mensagens que poucos percebem. o velho estigma da definição de arte, preso a preconceitos e regras que apenas me lembram o mundo que não devia existir. esse lado mais negro que acredita que a partilha não existe, que os lugares são só seus, de quem descobre e vê a beleza que mais ninguém vê.

no fundo, é bom que ambos os lados existam. é difícil que possam coabitar, mas um dia talvez o façam. nesse dia vamos viver a vida a preto e branco.

Friday, September 02, 2011

Janela

passei a semana sem dizer nada, nada que tu ouvisses, nada que motivasse uma resposta, um sinal de que a saudade existe. há dias sai de ti. apetece-me agora perguntar a esses olhos verdes se devia ter ficado mais um pouco. o que são esses sorrisos? o que escondes? ou não escondes nada... nesse misterioso dom que eu quero provar. nesse vício que me pegaste, nesse vício de ti. mas passei a semana sem fazer nada, nada que tu sentisses, nada que motivasse um toque teu, em mim. quero aquele beijo que ficou por dar, aquele que disse que iria roubar quando estávamos a despir ideias um do outro. e tu? o que pensaste? o que pensas agora que não fiz nada para te lembrar que existo, despido de preconceitos, entregue a devaneios que me levam até ti. gostava de te ver agora à janela, roubar-te um abraço, apenas para te lembrar que pensei em ti esta a semana, para que me ouvisses, para que sentisses, para que soubesses que a saudade existe.

Friday, August 26, 2011

Urgente

Entrego-me à urgência do conhecimento, procurando cura para a mente entorpecida que não me deixa ver, escrever, imaginar um futuro sereno, simples e puro. deita-te, descansa, deixa-me olhar o teu ser por esta noite. é urgente destruir a saudade, o lamento e todas essas guerras que te atormentam. é urgente querer um beijo, um acordar, uma manhã clara e radiante como o teu sorriso perpétuo, o teu sorriso em cada beijo que te roubo.
alma pactuante nesse rapto consentido,
corre pelo meu quarto assim,
espalha o teu aroma,
entrega-me o teu corpo nesse tom atrevido,
cola-te em mim,
somos um não uma soma.
leva-me nessas palavras que me dizes ao ouvido,
eterna embriaguez,
olhar teus olhos de perto,
encontra-me nesse meu mundo em que estava perdido,
vamos ser loucos outra vez,
isso, é mais que certo.
é urgente acontecer tudo o que disse até agora,
que o amanhã chegue depressa,
num segundo,
sem demora.


imagem daqui.

Tuesday, August 23, 2011

Brazileira

Manténs essa imensa altivez
permaneces impávido e sereno
enquanto as pessoas aguardam a vez
para pousar com o belo monumento

Pouco ou nenhum ser tem o dom,
de ser homónimo de nome teu,
elogiar o teu génio orpheu
sem de ti esperar um só som

Voltar atrás a esses dias
passados na brasileira a falar
divagar por repúblicas e monarquias
ou apenas ricardos e albertos lembrar

Eterno desassossego entregue ao relento
como mendigo que dorme e sonha na rua
invejo a tua sorte por a cada momento
sentires quente na pele a luz da lua

Por teres o silêncio pela manhã
por teres a conversa pela tarde
a noite apaga o dia de amanhã
e no copo o absinto ainda arde

Monday, July 25, 2011

O frio do verão

espero que, por entre palavras quentes da noite de ontem tenhas encontrado algo doce ao paladar, algo que desperte ou tenha despertado desejos ainda que em sonhos, de ter a minha pele abraçada à tua, em jogos de prazer que não conheces mas que inconscientemente queres tanto sentir. por entre sentimentos, por entre cinco sentidos, por entre abraços e beijos desmedidos, quero entrar no teu intimo e sentir que te desejo tanto como tu a mim. enquanto dormes e procuras esse mundo, onde mapas e indicações são itens obsoletos, onde reina a descoberta e a curiosidade, onde o objectivo é perderes-te nos meus braços sem nunca encontrares um destino, porque nos sonhos não há destinos, apenas medos e desejos. e nesta dualidade deixo o acaso escolher que percas os teus medos num mar inundado de desejo. escolha efémera mas frontal, egoísmo puro de quem quer fazer parte de um pequeno mundo escondido entre noites de luar, de verão, quentes como a tua pele. sinto que estás longe, sinto o frio de não ter o teu calor aqui bem perto, de não ter um abraço.

Friday, July 22, 2011

Dolce Vita











guiada por essas mãos magoadas
que teimam em não deixar de brilhar
mãos de princesa relegada
a uma eternidade sem reinar

a coroa que ousas ostentar
já sem dourado de outros tempos
realça nos teus cabelos o tom âmbar
lembrando cores de belos momentos

no entanto não perdeste a postura
esse ar que mostra quão importante és
nesse corpo que inspira loucuras
num servo ajoelhado a teus pés

implicito nesse olhar sereno
tens o dom de querer e saber
apesar de o teu mundo ser pequeno
sonhas um dia feliz ser

continuas a tua tarefa eterna
com as mesmas mãos magoadas
não reinas nesta era moderna
mas serás rainha no teu conto de fadas

Saturday, July 16, 2011

Ele e Ela

queria segredar-te coisas doces ao ouvido, roubar-te infinitos sorrisos sabendo sempre que teria perdão, sabendo sempre que me roubarias de seguida outros tantos como ladrão que rouba a ladrão. e eu gostava.. continuava a roubar-te sorrisos, porque gosto deles, gosto quando eles tomam conta de ti, quando inconsciente sorris para mim, dizendo sem palavras para provar os teus lábios num beijo doce como tu

ele

se eu te roubar dessa maneira, não estarei à margem da lei e poderei fazê-lo. seremos então dois ladrões a roubar para o mesmo fim. quero ver o teu sorriso, a doce forma de falares e de pensares, a leveza das tuas palavras, quem sabe, se ao ouvido e ao coração. já percebes que não sei dizer essas coisas, pelo menos ainda, mas os meus olhos também falam e são eles o meu reflexo.

ela

mas eu não quero que fales tudo, quero ver, ver os teus olhos brilhar entre palavras que me dizes, escutar o teu coração em silêncio enquanto contas números e palavras, sentir as tuas mãos enquanto tocas as minhas, enquanto elas se abraçam como nós na nossa imaginação. e nestes pronomes misturados de eu e tu, tudo se resume a nós, dois, a escutar, a ver, a tocar, trocando ideias envoltas em desejo de saber mais, em vontade de querer algo que não sabemos onde nos vai levar.

ele

gosto tanto das tuas palavras. quero contar-te muitas coisas. quero que me fiques a conhecer melhor por entre palavras e espécies de números que vou intercalando. como a simples soma dos nossos nomes ser a mesma. os números têm sempre um significado assim como as palavras. é como se também nós fossemos feitos em base binária mas não controlável. há liberdade de acção.
não vamos estar a ser comandados por ninguém. seremos nós, na nossa simplicidade e na nossa complexidade. E saberemos que os sentidos são o que nos desperta para isto, que não sei bem definir o que é. O toque, o perfume, os sabores, o escutar e o olhar... aquele que se trocará com uma lua cheia de fundo, talvez.

ela

mas nós somos simples como uns e zeros, a nossa base é sempre a mesma, traços de átomos, protões e electrões que dançam uma vida inteira apaixonados sem se separar. por mais complexa que a nossa imagem pareça é sempre redutível a essa simplicidade nuclear, é o nosso cerne, explicado por palavras e números, por tudo o que há de complexo e incompreensível aos olhos de quem não vê, mas tão simples para quem sente. eu não quero saber física nuclear, quero apenas encontrar uma forma de prender o teu olhar, de saber o que sentes sem que digas uma só palavra, palavras que quero provar, escutar. quero sentir o teu perfume, provar talvez nessa indefinição de sentidos que despertam sentimentos que não compreendemos.

ele

nunca imaginei átomos, protões e electrões a dançarem apaixonados. mas a imagem é bonita. se eles estiverem felizes, nós também estaremos. se eles dançarem alegremente, nos também o saberemos fazer. porque nós somos eles e eles são a nossa base. e foi esta base que nos levou a encontrar estas palavras. atrevo-me a discordar com o exupery… o essencial pode não ser invisível aos olhos.
depende do olhar, da forma a que eles está ligado ao coração, uma ligação intensa, tão intensa que dá para chorar e sorrir. eu também quero que me digas o que percepcionas do meu ser, gosto de quando acertas no que penso. quero-te sentir mais perto e perceber onde é que está o nosso elo. também tens noção que estarei um pouco envergonhada... e aí é provável que vejas as minhas faces ainda mais rosadas e um sorriso daqueles. daqueles que acabamos de inventar.

ela

eu preciso do meu olhar para ver o teu sorriso, esse sintoma da doença que é o amor e a felicidade. preciso do meu olhar para ver as tuas mãos, para ver os teus olhos brilhar. por muito que não sejam essenciais estes olhos, contribuem para que possa ver o que é impossível ao olhar, são eles que me permitem saber sentir, saber tocar, saber escutar o teu coração, são estes olhares que me dizem docemente ao ouvido o quanto estás feliz por me ter tão perto de ti. e se choramos, ou sorrimos, se coras por estares envergonhada como eu também vou corar, se sentes o quente percorrer-te o corpo, das faces às mãos e ao peito inundados no calor desse sentimento que é fogo que arde sem se ver, não vamos parar de sorrir esse sorriso da nossa imaginação, esse dia será tão real como o toque da tua mão.

ele

Primeiro olha-se sempre. Para ver. Depois pode-se fechar o olhar para sentir. E voltar a abrir os olhos para ver que é real, que as minhas mãos são reais e que tu também és real. Não é pura imaginação. Sim, vamos fervilhar por dentro e vamos sorrir outra vez por saber isso. Depois quero que tires uma fotografia, pode ser mental, para guardar. Guardar num álbum que ainda não comecei. Ainda não sei
Ainda não sei é ao que havemos nós de tirar fotografia. Ah! Já sei! A um pormenor. A um essencial. Certamente vamos encontrar um, ou dois, ou se calhar mais… Não te parece?

ela

o que achas que eu penso neste momento, sei de mil pormenores que podemos tirar fotos, mentais ou não, fotos que vamos guardar para sempre deste dia que já começou, dessa noite que está tão próxima como eu de ti quero estar. quero saber o que vais sentir quando caminhares na minha direcção ou se queres esperar por mim no topo do pedestral, para que eu me aproxime, te peça para descer para beijar a tua mão, como em contos de fadas de um passado distante, histórias de encantar como quero que a nossa seja. e se tudo isto for verdade, se a imaginação se conjugar com a realidade, posso dizer que acordarei feliz como há dias te disse que queria ser.

ele

não sei ainda que caminho será. gosto que aí corra a imprevisibilidade e o momento. e qualquer um que se escolha, será uma história encantada. e, sim, se a imaginação se conjugar com a realidade, posso dizer que também acordarei feliz como há dias te disse que queria ser.

ela

Friday, July 15, 2011

Imaginação

quatro minutos enquanto espero por ti, enquanto conto todos os segundos nesta eterna espera por um beijo teu, por esse desejado provar de faces rosas, esse querer sentir o toque das tuas mãos. sinto-me midas sem te querer transformar pois preciosa já tu és. basta pensar nesse brilhar, nesses brilhos que te envolvem, nesse olhar, nesses olhos que deslumbram e nesse sorriso que espero cativar. anda, caminha na minha direcção, espero aqui por ti, só neste banco de jardim, espero aqui que o tempo corra depressa para depois parar, cansado, quando estiveres junto de mim, abraçada nos meus braços. oito minutos passaram e nem sinal de ti, duas eternidades desde que comecei a contar, como eternas são as ondas que passeiam neste rio, curvas aleatórias como o tempo que teima em parar quando depressa devia andar. dezasseis eternos minutos que passaram, o quadrado do principio, desespera o meu mundo num imenso receio que te tenhas perdido, qual triângulo quais bermudas, incontrolável desejo de te ver. passam trinta e dois agora e vejo ao longe a tua imagem, sinto o corpo a fervilhar num nervoso miudinho. quero tanto a tua voz que não imagino outro querer, quero provar o teu sabor teu beijo doce de prazer. trazes contigo o calor que aquece as minhas mãos, trazes contigo o sorriso que eu tanto desejei, trazes contigo a pessoa com quem em muitas noites sonhei. adeus imaginação.

Wednesday, July 13, 2011

Cativar












hoje quero escrever algo diferente
guiar-me pela noite e não pelo dia
deixar-me levar pelo inconsciente
entregar o corpo à tua sabedoria

dançar contigo na ponta dos dedos
cantar ao mundo aquilo que sinto
deixar bem longe todos os medos
o meu futuro sou eu que o pinto

olho para ti e vejo a imagem
de alguém que sente como eu senti
como rio que abraça a sua margem
eu quero sem demoras abraçar-te a ti

neste dom de saber e sonhar
rendo-me incrédulo à tua imaginação
porque não é fácil ideias inventar
nem fácil é deixar aos pulos o coração

por este esboço que aqui eu escrevo
entrego a ti estas linhas pintadas
desenhadas por mim nas folhas de um trevo
de quatro folhas como em histórias encantadas

fico à espera do resto da história
desse livro que ainda está por escrever
porque se não me falha a memória
ainda muito ficou por dizer

Tuesday, July 12, 2011

Noites como a de hoje

conseguiste não sorrir antes de fechar os olhos? foi a pergunta que te prometi, que disse que guardava para quando saísses desse conto de fadas que é a tua imaginação. percorreste o mundo inteiro guiada por ideias que te dei, por caminhos que me deste, entregue à sedução de melodias cantadas docemente em noites como a de hoje. era manhã quando disse adeus e as saudades começaram, como tu entraste na minha vida, também elas entraram de rompante no meu quarto, esperando pacientemente as horas passar para sussurrarem o teu nome na minha mente. foi assim o meu acordar, um tremor por não saber se um dia não são dias, maremoto de emoções que inundam o meu corpo enquanto espero por esse bom dia...
esse tive saudades tuas...
foi só um sonho mas pareceu tão real, com "sabores e essências", podia sentir cada toque teu enquanto me mostravas que há lugar para mim no teu mundo. e mesmo de olhos bem fechados vi todos os pormenores, a face rosada ou a forma das tuas mãos.
bom dia, sabes... tive saudades tuas...

Monday, July 11, 2011

Quatro tempos

porquê tanto desespero, porque me deixo envolver nesse imenso desejo de ter a tua resposta, meras palavras escritas como forma de atenção. não te conheço, não sei quem és, mas quero tanto, tanto saber. talvez desespero não seja a palavra, quimera, aquela palavra que melhor traduz esta imensidão de sentimentos que não sei explicar, que não sei contar ou dizer em palavras, que mesmo escrevendo e por mais longo que seja o texto, por mais folhas brancas que rasgue, porque o papel não sente como eu, porque em mil palavras não consigo mostrar a imagem, porque são sentimentos e não se vêem...
sentem-se...
escutam-se...
porquê?
porque escuto o sopro de um coração que não é meu...
fechado a sete chaves quando nem uma só eu tenho, colorido por sete cores em tom de arco íris, a ti pergunto se partilhas cores comigo, se comigo queres pintar um céu azul da cor do mar, um sol amarelo? não espera, em tom alaranjado nesse adormecer de fim de tarde. deixa-te levar, cai, deita-te a meu lado nessa terra pintada de verde, violeta ou indigo de flores da primavera, ou se te perdes neste verão de calor que deixa a tua face rosada, sem mascaras ou véus que escondam o teu sorriso. deixo apenas duas estações das quatro que vamos tendo, desses quatro tempos é este o que mais gosto e pergunto-te a ti por inata curiosidade, dessa história de quatro contos qual te traz mais felicidade?

Essa cor que não se esquece

em segundos aproximaste-te do meu ser, ouvi a tua voz, vi o teu olhar, azul, verde, não sei dizer, fiquei perdido, hipnotizado nesse mar de beleza. esse aspecto alado, que nem em sonhos esperei ver, tão indescritível que esperei horas, dias pela coragem de te descrever. entre perguntas sem sentido, esqueci o teu nome, esqueci o teu toque, esqueci o doce da tua voz, esqueci tudo quando me deixei levar pelo teu olhar, quando mergulhei nesse mar revolto pelas ondas do teu cabelo. fugi mas tu voltaste para mim, contaste histórias, roubaste sorrisos, mas para quê? porquê? se agora, que te quero aqui bem perto, se sinto falta dessa cor que ainda hoje desconheço, desse olhar que me levou onde não esperei vez alguma ir. eterno arrependimento de não te ter prendido também, com cordas e amarras, envolvendo o teu corpo no meu, nessa noite que passou e não volta, nesse olhar que jamais verei, mas que ficou gravado no meu pensar e que nunca mais conseguirei apagar.

Sunday, July 10, 2011

Patience

hoje não tenho ideias, nem ontem ou no dia anterior. por muito que queira escrever este texto, que queira exaltar esse dia em que cantaste para mim, sussurra o egoísmo ao meu ouvido, talvez não o tenhas feito, talvez tenhas apenas cantado para ti. nessa noite em que te pedi para não o fazeres, para não me dizeres essas palavras, para não me hipnotizares a cada movimento dos teus lábios. por saber que essa letra espelha tudo o que sinto, por saber que não tenho armas para lutar contra esse querer, por estar perto de ti, tão perto, por saber que nada sei, por muito que queira saber, por querer um beijo teu quando dizes "all we need is just a little patience", quando esse mar de sentimentos apenas acalmará com o doce da tua boca. fazer o tempo correr, será essa a solução, será esse o caminho a tomar, como um atalho para a felicidade. mas eu não tenho mapa, não sei o caminho, nem quero saber. por não estares aqui, mas por teres estado nessa noite, por me teres levado, perdido em palavras, encantado em dizeres, em falares, enquanto cantavas para mim, esperei até que o tempo me disse acorda e escreve para recordares.

Thursday, July 07, 2011

Conta-me histórias

já por diversas vezes te pedi para me contares, teus desejos, virtudes, segredos. perdi o conto das vezes que te pedi para me contares, sem medos ou hesitações, sem redoma de vidro que te proteja de males maiores, pedi para me contares. mas como pode essa parede invisível, tão fácil de quebrar, essa película que te envolve e que parece já fazer parte do teu ser, esse escudo com que ocultas toda e qualquer fraqueza, como pode isso impedir que me contes a tua história. duvidas que escutarei cada segundo, deliciado em pormenores, questionando detalhes que me deixam ver aquilo que essas paredes invisíveis ocultam, que me deixam escutar cada palavra que os teus lábios me dão enquanto sinto o quanto estás perto de mim. dá-me a tua mão, não quero esperar que dês a volta ao mundo para te ver de novo, por mais pequeno que seja o meu mundo sem ti, por mais curto que seja esse caminho, por menor que seja o tempo que demores a voltar, não vás, fica para que possa ouvir a tua história, para que a possas contar como te pedi.

Wednesday, July 06, 2011

Viagem sem data marcada

passei horas à procura de inspiração, aquele "plim" que não aparece. podia falar de mil e uma coisas, dedicar-te mais um texto ou meia dúzia de palavras, podia falar do dilúvio de problemas que inunda a nossa sociedade ou de casos isolados que não tiveram um final feliz. podia também lembrar-me das inúmeras histórias que, por entre lágrimas e sorrisos, ainda nos fazem sonhar. aquelas que alimentam a nossa imaginação e nos fazem crer que também a nós tudo de bom pode acontecer. podia reler textos teus, provar cada palavra na esperança que surgisse uma ideia, um toque de midas que pudesse tornar a escrita dourada, digna de por breves momentos ter a atenção do teu olhar. as horas, que apenas conto a cada conjunto de minutos, não são como o tempo que não pára, que parece não ter um grão de areia que impeça as suas engrenagens de rodar. também as saudades não param, por estarem amarradas ao tempo. subitamente me lembro o pouco sentido que isto faz, pois quando estou contigo o tempo corre, foge de todos os grãos, no entanto, as saudades param, adormecidas nos teus braços, presas ao teu olhar, embaladas pelo doce som do teu respirar. que pouco sentido isto faz, que pouco sentido a vida tem quando damos valor ao que não temos, quando incessantemente sonhamos, noite após noite, com essa viagem sem data marcada infinitamente adiada, perdida numa agenda onde o ano não tem os dias a que nos habituamos. como uma criança que não deixa de sonhar, contínuo à espera que alguém me leve para a neverland.

Tuesday, July 05, 2011

O brilho do olhar e o som do palpitar

por entre centenas de textos teus andei perdido, de uma ponta a outra tudo li, tudo mesmo. comecei no nada, envolto em silêncio, tão grande que incomoda e gera apatia como dizes. senti. senti tantas vezes como tu o medo dessas paredes que separam mundos, invisíveis como vidro, que poucos entendem, que a tão poucos importam. essas paredes que ficam sujas de chuva, um sujo que não se vê, mas que se ouve, que se escuta tão bem como o palpitar desse pedaço que tens no peito. sem palavras pendentes, que ficam por dizer, porque ele não fala apesar de o podermos escutar, apesar de tão bem se poder entender. podemos ver a chuva correr por essas paredes, como lágrimas numa face rosada, lágrimas que não escutamos, que não falam mas que podemos entender tão bem. senti. há quem nada sinta, quem se abstraia, quem tenha faces, tantas como um cubo que roubo da tua explicação, há quem tenha só uma, mas é tão difícil, quase tanto como escutar o pedaço ou entender esse brilho no teu olhar. é mais fácil usar uma "máscara de sorrisos e malmequeres" que tudo esconde, excepto o brilho no olhar e som do palpitar.

Monday, July 04, 2011

Ler palavras

tantas vezes leio as palavras que te escrevo, letra por letra tantas vezes. não sei que sentido isso faz, que sentido isso tem, esse acto de envolver o meu corpo em palavras que te dei, palavras que são tuas desde esse momento passado em que fugiram das minhas mãos, da minha boca e do meu pensar. como beijos que te dou, que te quero dar, inesgotável forma de prazer, que ao partir não tem mais voltar, mas que sabe tão bem nesses poucos segundos em que num ápice o tempo se desfaz. beijar teus lábios, por mais pura que seja a imaginação, é doce devaneio como estas palavras são. por mais que negue, e tu sabes que muitas vezes o faço, por muito que isso queira esconder, o certo é que quero muito que todas estas palavras, todas as que escrevi ou escreverei num amanhã presente, fiquem bem perto de ti, bem perto do que dizes que não tens, que não sentes, esse pedaço que esqueceste e que o tempo apagou. essas memórias que as lágrimas não apagam, que o tempo não esquece, ao contrário do que dizem, mas que a consciência oculta impunemente quando fico cativo, subjugado ao teu sorriso, a esse brilho imenso que me deixa prisioneiro do teu ser. não sei porque o fazes, nem porque me deixo levar, talvez tenha sido o tempo equivocado, que se enganou apagando o que não devia apagar.

Sunday, July 03, 2011

Conta-me tempo

tudo o que tenho pensado nestes dias é em tempo, já não penso em mim, em ti, em nós, simplesmente em tempo. tempo que não passa nem quer passar, segundos transformados em horas ou dias por essas malvadas transmutações a tender para o infinito, a levar-te para longe de mim. perdido em contagens decrescentes para te ter nos meus braços, nem isso, para te ter ao meu lado, pois este tempo não anda, parece magoado, partido, quebrado em fragmentos inconciliáveis, eternamente separados como nós parecemos estar. porque não se quebra esta linha de pensamento, porque não vai a tua imagem para longe de mim? conta-me, sussurra docemente ao meu ouvido as saudades que tens, de mim, de um beijo meu que nunca provaste. em sonhos, conta-me, o quanto queres segurar a minha mão, colá-la no teu peito enquanto me roubas esse desejado beijo. conta-me ou esconde-te nesse escudo de medo e arrependimento enquanto murmuras que me queres sem quereres, que me desejas sem me teres, que me adoras sem gostares, que me amas sem amares. conta-me o quanto querias que estivesse enrolado na tua pele, abraçado ao teu calor, seduzido pelo teu olhar, viciado no teu amor, louco pelo teu beijar... conta-me a nossa história com um final feliz, hoje, agora, conta-me ao ouvido, baixinho em tom de segredo, longe de lágrimas, tristeza e medo. enche de palavras a minha mente para que te possa provar, enquanto falas, enquanto ris, mas não pares, não interrompas essa linha de pensamento que te liga a mim, enquanto me contas... enquanto te peço, conta-me... o quanto gostas mim.

Thursday, June 30, 2011

Queria falar contigo

queria falar contigo, ontem ainda que por momentos mas tenho medo, medo que a conversa, o tempo que partilhas comigo cesse. mais uma vez quis matar a minha fome de saber de ti, mais uma vez a mim perguntei se por mim chamas, se em mim pensas, se comigo sonhas. eras tu que me procuravas, quando vi de relance um vulto passar? se eras, porque me deixaste só, parcimoniosamente no meio de sombras, sem merecer o gasto de um segundo em troca de um beijo acenado. que coisa te distrai que nem dás por mim? tenho medo de quebrar esse fio, com que teces os dias sem memória. que fosse tão fácil provar o teu beijo como provei que ontem te procurei, mas tenho medo, pois não sei se haverá caminho para regressar a ti mesmo sabendo que de ti não quero partir. as palavras ou beijos ou lágrimas, que deixaste no teu caminho para me dizeres que respiraste o meu corpo, ontem em noite que passou, dão me paz, mas deixam saudade de sentir o toque da tua pele. e o tempo não passa, não anda de tão imóvel que está, o mesmo tempo que apagará a tua existencia, que me faz querer dar-te a mão e assim ficar, eternamente, nesse horizonte onde o tempo não manda nem faz sentido, não existe nem é mensurável, mas tenho medo, que ele não me deixe provar a doçura que te envolve.

Tuesday, June 28, 2011

Pela manhã

hoje vi-te pela manhã, sempre doce, sempre tu, envolta nessa natureza tão rara e difícil de encontrar nos dias que hoje passam. dá-me a mão, pedi-te envergonhado, imaginando ainda sem te sentir, o calor de tardes de verão, o toque aveludado, o despertar de sentidos na palma da tua mão. dás passos na minha direcção marcando o tempo, a cada passo um pulsar de coração, a cada passo um segundo mais próxima de mim estás, a cada passo o tempo pára enquanto entras de rompante no meu mundo. horas contadas enquanto a tarde chega ao fim e a tão desejada noite faz a sua aparição. sinto que tudo o que escrevi, toda esta imaginação, me deixam mais perto de ti, mais perto da tua mão. pois de um sonho não passa esta história, como não passam estas letras do papel, mas uma coisa não me sai da memória, vi-te esta manhã e estavas doce como mel.

Monday, June 27, 2011

Vestido

perdidas em rascunho tinha estas letras soltas, na esperança de encontrar por fim o balsamo da inspiração. partilho crenças e saberes, mergulho nesse mar de ideias que me contas, concordo, discordo, tudo escrevo em pergaminho, guardando a eternidade na tentativa dantesca de resumir a vida numa folha só. mas contigo as palavras nunca acabam, não chega uma folha, nem duas, talvez nem uma vida. suposições de quem não sabe, de quem não quer saber quantas mais palavras me vais dizer, de quanto mais me darás a conhecer, ideias, ideais, muitas vezes o balsamo de que falo. sinto por vezes a tua falta, nesses dias que remo sozinho contra pessoas humanas, humanizadas à imagem do homem mas que de sapiens pouco ou nada têm. sapiens de discernimento é palavra proibida na sapiência que os envolve, que os guia nessa fome de se odiar uns aos outros, nesse misto de tradição e costume, imutável triste hábito que se mantém por gerações sem fim. palavras que não merecem ficar escritas, ideias que deviam desaparecer, evaporar-se como água em ponto de ebulição. mas regresso ainda à folha só, aquela que quero escrever e guardar eternamente, aquela onde estarão escritas todas as nossas conversas e discussões. regresso a ela para desenhar o teu vestido favorito, aquele que em dias usaste para nunca mais tirar... e eu gosto tanto... quando vestes o teu sorriso.

Mas ele não se cansa

mas ele não se cansa, não se esquece, lembra-se sempre de cada história que fica por contar.
corre louco vezes infinitas, tantas que se perde o conto nas lembranças de tempos aureos de romance. tempo em que tudo estava tão perto do perfeito como perto os lábios estão num beijo. nesse terrível erro da mente humana, a falta de volatilidade que não permite o esquecimento, fácil, repentino, incurável dor de perder um pedaço que pensávamos nosso. impaciência da tristeza de ver partir quem há tão pouco tempo chegou, quem entrou de rompante nas nossas vidas, durante anos que passaram num ápice, com ou sem promessas vitalícias num mundo para lá da terra do nunca, repleto de sonhos que ainda hoje estão escritos a caneta dando cor à mais branca das mentes.
como li em dias, esse pedaço de pedaços, esse puzzle de recordações onde a vida tantas vezes é criada, tantas como a morte escreve lá as suas preces, continua todos os dias a correr para o esquecimento, para a incompreensão, sem se cansar, sem se esquecer, à procura sem querer de alguém que escreva o seu nome nesse novo pedaço de coração.

Thursday, June 23, 2011

Perco sentidos

não me olhes assim, deixas-me sem jeito, desorientado, perdido na multidão. perco a noção do ser, esqueço mapas e caminhos sem poder voltar atrás. perco sentidos de sentir o toque da tua mão.
perco sentidos de ouvir o doce da tua voz, nessa mistura de imaginação repleta de desejo de provar, saborear lábios esses que o olhar jamais consegue, mesmo que por momentos, deixar de fixar. não é doce eu sei, mas também tu sabes que mais a miopia não deixa enxergar, que é cego aquele que nada vê, como cego é quem se deixa levar nessa eterna hipnose, nesse inquebrável feitiço do teu olhar.
dançam teus lábios a cada palavra que passa, dança o teu cabelo como em dias escrevi, provando assim que indefinidamente me deixo ficar, embriagado de desejo, querendo apenas que o verbo provar tome o sentido do paladar, o sabor que ainda agora imagino.
sinto o teu perfume, como se estivesses aqui, como sei que queres estar e ainda que os olhos me mintam, como todos os sentidos fazem, ainda oiço bem perto o som do teu doce respirar.

Tuesday, June 21, 2011

Pensas em mim

pensas em mim, não ontem ou há pouco, mas em cada momento que um abraço te apetece dar, roubar sem pedir ou prestar contas. pensas em mim, mesmo antes de dormir, na esperança que essa imagem que sonhas acordada, dê mais um passo na direcção da realidade, sonho indistinto de uma existência tão próxima de ti, mas tão distante de acontecer. pensas em mim, quando ouves aqueles sons inconfundíveis, sons que te fazem correr para a janela esperando ver a minha imagem, uma música, um carro, uma mensagem em que o meu nome é figura principal. pensas em mim quando não dou notícias, num misto de saudade ou falta de conversa, companhia ou fraqueza dessa tua resiliente independência. pensas em mim, quando metros nos separam e caminhamos em direcções opostas, quando basta um passo atrás para dar a volta ao mundo, ao teu mundo, ou ao meu. pensas em mim agora, enquanto lês este texto e perguntas o porquê de eu perguntar se pensas em mim... em ti eu pensei quando o escrevi.

Monday, June 20, 2011

Barco de papel

essa dúvida existencial que te persegue, que de existência pouco tem como também pouco se move, por estar cravada no teu ser e daí a companhia, desse mal que estraga o mais doce pensar. e se vês em mim traços que já viste em outrem, se pensas que devo ficar na hora de partir, se todos os minutos são poucos mesmo que a conversa já não importe, mas importa, e são tão poucos. e se te vejo ao longe, depois desse mar que tantas vezes percorro, em barcos de papel que me deste a fazer, na vontade de crer que somos nós que importamos, ainda que me importe tanto contigo sem querer. não procuro em ti aquilo que não és, mas noto que escondes, que guardas o melhor de ti... para ti. sim, somos nós que importamos. não vejo faces que não tens, apenas uma e a mesma de sempre. tantas vezes fico sem pensar só de pensar em ti, num eterno monólogo de ideias que me deixa sem palavras, sem reacção. só queria ter esse dom, esse impulso de roubar a rapidez com que entras na minha vida, para te abraçar sem fuga possível, quando a passos largos vais embora, quando quero que fiques mais um pouco ou me leves contigo para o teu mundo. o barco que uso para chegar ti está guardado, para que sempre possa lembrar-me da tua imagem, sem dúvidas ou questões, imagem repleta de desejo, feliz pela lembrança...
de ti.

Make love, not war

ainda vou encontrar um dia uma forma, talvez maneira ou feitio, de te deixar a ti sem palavras como a mim me deixas, vidrado nesse sorriso. não entendo nem sei o encanto, pois os porquês são mais que muitos, como a criança repleta de curiosidade questiona, eu questiono a tua pessoa apenas. e de tantas vezes sem resposta, tento compreender o teu silêncio, aquele que quero muito saber de cor. vou querer sempre mais, talvez mais do que atenção, aquilo que hoje já ninguém dá. quero ver a tua cor, quero provar cada beijo teu, cada pedaço de pele envolta em suaves arrepios. quero um gemido teu, um sim que arrepende e zela para que não termine, um bilhete apenas de ida para o bem que não se conhece, para o mal que se adora. quero que cuides de mim à tua maneira, que sei ser a melhor e no fim, quero saber o porquê de cada sorriso teu, mesmo que leve uma vida inteira a saber que a sua causa sou eu. mais uma vez não espero resposta, apenas esses olhos a brilhar com o teu sorriso… um dia destes.

Monday, June 13, 2011

Pérola de santos

procuro há muito o centro do mundo
um lugar onde o tempo e o espaço dão um nó
local inóspito de silêncio profundo
sítio onde o ser popular se sente só

cavidade ou esconderijo dissimulado
circunstância que se oculta a outrem
prisão ou compartimento em local isolado
onde o pensamento amarrado se mantém

a ausencia de ruído por omissão
por ocultar ou interromper correspondência
por longos arcos traçados a carvão
centro do plano de uma circunferência

ponto essencial de uma questão
laço apertado feito com fita
escravo do sentido da emoção
gente ingénua que no mundo acredita

e a ti confidência ou confissão
possuis o dom do segredo e de saber
tens guardada a chave da minha prisão
é teu aquilo que pensava já não ter

Wednesday, June 08, 2011

Um dia já é tarde de mais

li, um dia, esse texto teu
repleto de verdades e lições
mostrava que tudo o que o mundo me deu
resultava das minhas acções

falava da simplicidade inata
assim à primeira vista parece
ou daquele amigo que faz falta
até ao dia em que se esquece

de beijos dados sem pensar
com saudades presas na memória
numa guerra perdida a chorar
nessa vida que dava uma história

um conto de fadas de encantar
com provas de amor até mais não
das que fazem palpitar
o mais rebelde coração

e denotas aquele erro mais comum
que é ignorar o tempo passar
pois os anos passam um a um
para depressa a vida acabar

e se achas que somos todos iguais
que nunca é palavra a usar
é errado que digas jamais
me vou voltar a apaixonar

uma prova tão simples e complicada
de quem pouco ou nada te liga
de quem te vê sonhar acordada
a quem ensinaste uma lição de vida

por todas vezes que me prendi ao teu olhar
enquanto escutava a longa explicação
não perdi a coragem de lutar
para um dia conquistar teu coração

Monday, June 06, 2011

Querer não poder

mas com um segundo sentido
daquelas que à medida que as palavras saem
doce levemente
palavras que só queremos ouvir
que deixam sonhos na tua mente
quando olho e vejo aquele olhar
aquele sorriso...
doce
mas eu não falo de olhares
falo de palavras que dizem ser o meu dom
pois não tenho o doce do olhar
ou no olhar....
que ao sangue te traz o calor
assim gostava de te deixar ficar
que na minha presença sentisses o furor,
a agitação de quereres o que não podes,
mas que queres com todas as forças
de me quereres roubar um dia, dois,
um minuto que seja por alguns segundos de loucuras
que sei que não queres, porque não é a minha presença que te faz sorrir
e nessas loucuras, onde nem sempre há palavras,
é o corpo que manda, o ver, o tocar,
aquilo que não se promete uma outra vez
apesar de em nada mais se pensar depois desse provar
depois de morder a maça proibida,
esse fruto de desejo, de loucura,
essa forma de matar a fome de algo que apenas se deve sonhar
viver essas coisas que dizes e sonhar com o momento
mas sabe tão bem provar
mordiscar cada pedaço,
apenas para que sintas esse arrepio
saborear
é diferente
apenas para que não esqueças que um dia fui teu
aí acho que fica mesmo bem saborear
"mas sabe tão bem saborear"
uma noite, nesses loucos minutos em que cedeste a encantos meus
uma noite que pode estar tão perto
perto como o teu sorriso está do meu
neste momento
neste fim de tarde
neste segundo

Eternamente noutro lugar

estive a olhar para ti
por longos tempos sem conto
como em histórias que não são daqui
por um caminho que hoje não encontro

saudosas noites de luar
partilhadas na ignorancia de saber
cego por esse brilhar
que ainda hoje gosto sem querer

perguntas sem uma só resposta
monólogo de uma pessoa apenas
de quem a cabeça no ombro encosta
imaculado como açucenas

assim se espera cedo pensar
puro de ideias e pensamentos
com uma mente vazia como o mar
repleta de bons momentos

porque são esses que se guardam
quando não há mais para partilhar
perdidos na memoria ficaram
eternamente noutro lugar

e assim esqueço o que aconteceu
escrevo na mente uma folha vazia
fecho a sete chaves tudo o que é teu
dando passos largos para a utopia

Sunday, June 05, 2011

Dou-te nada

mostra a tua mão
mostra o teu olhar
mostra o que guardaste para ti
e não quiseste dar
esconde a emoção
oculta sentimentos
permanece imaculada
triste só e abandonada

porque a vida não é um sonho
cheio de histórias encantadas
pois há sempre alguém que deita por terra
todos os contos de fadas

perspectiva de quem sonhou
de quem em tempos foi feliz
de quem não sabe onde a paixão ficou
nem se lembra como tal palavra se diz

porque houve muito sonho que guardei
não sabendo se te sentes tentada
no final de tudo apenas sei
que o lema é... dou-te nada

Thursday, June 02, 2011

é pena não ser hoje

nada paga muito do que eu li em dias anteriores
ah não
não conheces
por vezes gostava de ter má memória
o que eu vi apagou tudo
uma coisa eu cheguei à conclusão
eu não mereço ou mereci um décimo do que passei até hoje
em coisas que me magoaram
nem eu
e podem-me dar tudo
o mundo e mais qualquer coisa
que nunca vou apagar cada lagrima que chorei
pelas mais diversas pessoas
nunca nada paga
é mesmo assim
e olha que poucas, muito poucas vezes fui eu que criei a situação que mais tarde me magoou
costumam dizer que cada um tem o que merece
eu também nao ando propriamente calmo
eu nao mereço
ou que cada um faz a cama onde se ha-de deitar
mas há algo de errado quanto a esses ditados
só para nós o mundo anda desconcertado
a tal excepção à regra
já dizia Camões
um dia ainda vou entender o mundo
só é pena não ser hoje
mas gosto assim mesmo
ser perfeito em toda a sua imperfeição

Wednesday, May 25, 2011

Saudade

olho as luzes da cidade
com os seus padrões iluminados
lembro com grande saudade
momentos da terra dos fados

em dias em que o sol brilhou
muitas foram as emoções
algumas a minha mente guardou
outras não chegaram a recordações

outros dias menos felizes
com gotas de chuva nas janelas
lembro palavras que já não dizes
percorro a memória à procura delas

e se tiveres mesmo mudada
se achas que o passado foi um engano
penso eu que estas errada
nesse comum acto humano

lembro tanto essa palavra só nossa
cravada na lingua portuguesa
esperando que cedo também possa
matar saudades da tua beleza

e se para isso tiver de correr
ou por longas distâncias viajar
nada me vai impedir de te ver
nem força alguma de te abraçar

Tuesday, May 24, 2011

Bruma

por vezes vejo pedaços que não conheço
ocultos nessa bruma densa,
negra que me cega
vejo que estão longe do que és
mas tão perto que são inegavelmente teus
perdido em comparações de ser que sempre pensa
pensamento para monólogo de quem não prega
sabedoria que deixa o mundo a meus pés
guardando apenas e só momentos meus

egoísmo puro e duro
suportado pela intolerância de gostar
de pensar sequer em dar um pouco de si
escondo-me nesse canto tão escuro
que me impede de te ver de te olhar
de dizer as palavras gosto de ti.

e nesta confusão que baralha qualquer mente
esqueço as palavras que ficam por dizer
fico mudo sem sentir que sou gente
ignoro todo e qualquer sinal que queiras mostrar
porque ao meu lado tantas vezes te quero ter
mesmo que seja apenas para te ouvir falar

Monday, May 23, 2011

Pedra quebrada

neste pedaço de papel guardo
memórias copiadas dessa pequena pedra
que foi em tempos mais que um fardo
diamante que sem cuidado também quebra

longas noites passadas sem dormir
apenas com o intuito de te ver
perdida num sonho a sorrir
reencontraste a alegria de viver

alma fria magoada sem paixão
esquecida de mimo doce como mel
perdida nos versos de uma canção
que traz arrepios à flor da pele

nos tempos em que provei o teu sabor
nas noites em que um beijo foi pouco
dei ao teu sangue o calor
teu ser amei como louco

e se errei quando o fiz
se não o devia ter feito
nesses tempos sei que fui feliz
nessas noites perdido no teu leito

mas a memória nem sempre permanece
e já não te deves lembrar da canção
aquela que a minha mente jamais se esquece
pois trouxe à boca o coração

Monday, May 16, 2011

Saber inato

cada vez mais chego à conclusão que o medo de mudança devora pessoas, corroi pensamentos e vontades. o espanto de receber mais do que alguma vez se espera incita o medo. perdeu-se esse sentimento inato, animalesco de pedir sempre mais, esse dom de cachorro ou gato que amua por não ter atenção e que quando a tem não se importa com a sua duração ou quantidade. essa memória de alguém quem não esquece por mais que o tempo passe, de quem não cansa por mais que a atenção exista, de quem nada pede quando o que existe se limita ao ar que respira, pequenas migalhas que são tanto para quem nada tem. infelizmente, o ser humano quebra a cada segundo que passa, de resiliência diminuta cedo perde o inato para dar lugar a costumes e fraquezas de quem desconfia de um punhado de conversa, de uma oferta fora de tempo ou da dádiva do ser que pertence a essa sociedade egoista que somos todos nós.

Perder-me em tempos

quero escrever algo que arrepie
quero presente porque pretéritos cansam
passado não é algo em que me fie
futuros não são tempos que me espantam

nesse curto espaço temporal
que separa o teu mundo do meu
perco a noção numa utopia
num sonho em que podia ser teu

e se há coisa mais irreal
pensamento em que jamais acreditaria
é que perder-me junto de ti
é desejo que pode acontecer um dia

ainda que longe estejas daqui
perdida num outro mundo
quero muito que me dês a mão
nem que seja por um segundo

e se não sentiste um pouco de calor
se o frio não correu em euforia
se não houve em ti um pedaço de amor
que prove que serás minha um dia

sinal é que falhei nesta minha missão
nessas noites em que te escutei
encantado pelo teu saber
esquecendo tudo o que conhecia
como desculpa para mais ouvir

por todas as vezes que olhei a tua mão
tantas vezes em lhe tocar pensei
no teu sorriso me quis prender
no teu olhar pensei que me perdia
quando no fundo tudo o que queria
era o doce dos teus lábios sentir

Tuesday, May 10, 2011

Manto branco

morde-me como ontem fizeste nesse imenso manto branco que foi nosso leito de pecado. um beijo decotado junto ao peito devorado por caricias arrepiantes. qual animal de duas costas, gente amarrada sem pudor de dar prazer, de roubar tudo por ter direito, de nada dar por ter dever. não negues o dom de possuir, ser de duas faces transmutado do dia para noite, fria, negra, nesse manto branco onde o calor de dois corpos se confunde com algo que chamamos de amor.

Monday, May 09, 2011

Sete de ti...

longos caminhos percorridos na companhia de nada mais que uma alma seca e vazia, palavras tuas que tantas vezes usaste, que agora a ti roubo para fazer delas minhas. uma vez e outra ainda também, para que como cego que não vê também eu possa ver, perdido neste labirinto que sei sem saída, que a tem, mas que está fechada a sete chaves, esse número imune à sorte de muitos, atrito ao azar de tantos, limiar de perfeição de civilizações extintas num legado de costumes.
entropia de ideias, de caminhos para seguir em frente, no ridículo da impossibilidade de atingir a perfeição da solução do problema, desse único número que escrevo separando a caneta do papel, como me separei de ti,
de ti..
de ti.. de ti..
de ti.. de ti.. e de ti.
dessas sete vezes que percorri labirintos para te encontrar, para te olhar enquanto por momentos, ouvi deliciado cada palavra, de todas as vezes que viajámos mais alto que nunca, nessa imitação perfeita do voar de aves de ossos ocos, como oco e vazio o mundo está agora. e nesta desordem idealistica procuro uma forma de ordenar o que só o acaso pode fazer.

Tuesday, May 03, 2011

Ondas do teu cabelo

houve dias de muitas conversas
presas no silêncio de dois tons
um mar eterno de ideias dispersas
passeando imersas numa noite de sons

a tua voz sempre muito mais presente
pequenas frases que ousas conjurar
colocas o teu saber na minha mente
inata vontade de me enfeitiçar

cedo me perco nas voltas do teu cabelo
nesse jogo permanente que não ousas parar
disfarce que esconde aquele tom tão belo
de tempos distantes difíceis de lembrar

corres sem medo para longe do conforto
de um mar fechado que não te deixa sentir
as ondas quentes lutando no porto
um tesouro guardado pronto a descobrir

e em cada sorriso que deixas fugir
quando nos perdemos a conversar
certamente deves sentir
que algo mais te quero roubar

Saturday, April 30, 2011

Doce tom rubro

nuvens negras pelo céu espalhadas
doce tom rubro espelhado no horizonte
tristeza e alegria de mãos dadas
vista esta imagem do cimo de uma ponte

mudanças foi apenas um tema
conjugado em todos os tempos
percorrendo os verbos de um esquema
partilhando certos momentos

é fácil roubar sorrisos
esquecer tudo por esses olhos verdes
lançar me num carrossel de esquissos
querer saber por quem te perdes

e nessas vezes que a mão te dei
em que a acção ignorou de longe o pensar
sabes tão bem quanto eu sei
que não era apenas isso que te queria dar

Thursday, April 28, 2011

Sentidos

segredos escondidos num horizonte distante
sonhos perdidos numa obcessão sem fim
desejo impunente pela perfeição constante
fará sentido viver a vida assim

patamares regidos por regras utópicas
artigos definidos no longe passado
máscaras de acções irreais metamóficas
fará sentido viver a vida amarrado

sociedades podres de tão fracas mentes
hábitos boémios da vida presente
leis dadas por cerebros dormentes
fará sentido viver esta vida demente

pessoas estragadas sem algo de bom
guiadas por gostos eufeminizados
transmutam os deveres para o seu tom
fará sentido viver sobre direitos passados

beleza ditada por gente sem gosto
formas que tocam de perto a destruição
vidas em risco apenas por um posto
fará sentido viver sem compaixão

Tuesday, April 26, 2011

Utopia

gostava de ter caneta
para estas palavras te dar
podia ser azul ou preta
só queria que as pudesses guardar

o teu sorriso numa folha de papel
ilustre desconhecida em terra de ninguém
desenhado em contornos de uma pele
bem longe do meu toque porém

nesses metros que separam
o teu olhar de se cruzar com o meu
muitos sem saber passaram
desconhecendo o quanto queria ser teu

nunca é uma palavra de mentira
pois sei que não mais te verei
tomo o folego de quem não respira
e só com estas palavras ficarei

não perco a esperança de um dia
apenas e só por mero acaso
perceber que não era apenas eu que queria
a este pequeno sonho dar aso

perdido na mais pura imaginação
vou continuar a escrever
palavras que um dia significado terão
se na minha companhia te quiseres perder.

Wednesday, April 20, 2011

Primeira Pessoa do Pretérito Imperfeito

esteve em dias a lua no teu umbigo
como em dias estive também perdido
em noites que passaste comigo
em noites que fui teu porto de abrigo

por longos caminhos em busca de um segundo
apenas um só minuto na tua companhia
todos os dias corri o teu mundo
na esperança de te devolver a alegria

essa que há muito foi destruída
por todas e mais uma razão
por pessoas que habitam a tua vida
mas que mostram não ter coração

por isso andas só nos teus pensamentos
não vês a beleza de uma rosa
perdes tão belos momentos
seja em poema seja em prosa

pois em letras me desfaço
com elas procuro o que perdi
tenho de admitir com embaraço
a minha vida não faz sentido sem ti

Monday, April 18, 2011

Preciso querer

fazes bem ao meu pensar neste vazio de memórias, longe dos pensamentos de outrora está o calor que não esqueço, esse ansia de ter, de querer mais do que devo, mais do que mereço. em tempos que estão longe, como se o tempo fosse algo que pode estar, que passa ao sabor do vento mas não anda nem está parado. esse mar de contradições, sentimentos, escolhas e decisões, querer a tua companhia no meu regaço, que fiques perto, bem perto do meu sorriso pois fazes parte dele em todo e qualquer momento. em suma, resumindo a essência de pequenas certezas, preciso de ti felicidade.

Friday, April 15, 2011

Sapphire

fiquei encantado na primeira vez que vi, brilhantes safiras luzindo, chamando a atenção de actores principais para um mero figurante, chegaste tarde nessa noite, ainda de inverno. antes tarde que nunca, antes um segundo que tempo algum na presença do teu ser. faces rosadas em cada pergunta, esse corar envergonhado de quem sabe que exponenciou loucuras proibidas, de quem foi além da lei e do que o mundo nos impõe, de quem vive a vida longe de passatempos, longe do vício de ser comum e igual a tantos seres que não merecem um sorriso. mas tu sorris, escondes sentimentos magoados numa alegria extasiante, que contagia almas próximas, mudando a sua cor morta de tanta inercia para tons vivos, brilhantes como esses olhos que escondem lagrimas, diamantes que por vezes ousam fugir, ousam correr pela face rosada, num crime que não é punido por este mundo. essas almas que te acompanham, pedras preciosas que jamais deves ousar perder, para as quais os segundos contam, perdidos e esquecidos para sempre na imensidão profunda do teu olhar, merecem todo o teu carinho, tanto ou mais que aquele que empenhei nestas palavras que te dou.

Tardes de Inverno

a lembrança de procurar debaixo da pele, pedaços de ti que já não tenho, vestígios de noites em que nos escondemos debaixo de estrelas, pontos luminosos do céu que um dia foi meu. um dia terei, farei, direi palavras, meros instrumentos que tocam tão fundo, tão dentro de ti, onde mais ninguém ou alguém ousa possuir o dom de sentir. prende-me, não te peço mais, não te peço menos que aquilo que sei que queres, não invoco saudades, tempo ou espaço, não peço perdão, piedade ou pena, sentimentos feios num mundo quebrado de tanto ódio e pouca bondade.
esse bem que se encontra perdido, imaculado em pétalas de magnólia que vimos em tardes de inverno, estação triste e cinzenta lutando incessantemente contra os teus sorrisos, contra o meu olhar deliciado na tua imagem, vidrado em transformar segundos de bem em minutos de eternidade. passo essa eternidade sozinho, à espera que acordes e abras os olhos, que vejas em teu redor mais do que um quarto escuro e sombrio, que vejas mais do que uma pessoa, um ser, uma alma lutando para sobreviver vivendo num mundo que nada oferece, apenas dá aquilo que não queremos, somente ignora os desejos mais profundos de uma noite passada entre lençois e o quente da tua pele, o teu doce respirar, calmo e profundo depois de teres sido minha, depois do adeus, depois de tudo o que ficou guardado em memórias de folhas brancas. não prometo sorrisos, não quero dar mais do que o que tenho, não quero nada, apenas um pouco de nada, um pouco de tudo o que tens para me dar.

Thursday, April 14, 2011

Fitas

Eterna saudade agora desperta
de muitos momentos vividos passados
uma força enorme o peito te aperta
um suspiro sentido deixa teus olhos molhados.

numa fita...

Tuesday, April 12, 2011

Eufemismos

hoje, mais uma vez me disseram, usando palavras simpáticas, que vivo na utopia da caracterização alheia, num misto de agradar com sobrevalorização da pessoa que se encontra em conversa comigo. há quem goste do que escrevo e que sonhe com dedicatórias semelhantes, no entanto, cedo percebem que elogio, que digo o que penso sem medo de pensar, seja bom, seja mau. penso de forma diferente, com conceitos que poucos usam e que a ninguém importa, apenas a mim. não vou mudar a minha forma de pensar, mas entristece-me a forma como me tratam, pensei que merecia algo mais, algo melhor. talvez não mereça, talvez o ignorar e o "mau trato" sejam a base de tudo.

Monday, April 11, 2011

Crises de direitos

um pequeno à parte no habitual conteúdo do blog onde reinam rimas e palavras bonitas, floreados literários que muitas vezes adquirem multiplos sentidos para quem lê, mas que para mim, apenas numa direcção, são claros como água.
abordo uma questão que de certa forma me irrita, a crise política e económica que atravessamos, a luta por direitos, sempre por direitos esquecendo deveres.
há quem culpe políticos pelo que passamos, outros culpam entidades de regulação económica e bancos, capitalismo e globalização, petróleo e especulação, não faltam "bodes" para espiar.
mas a resposta à crise que atravessamos neste momento é muito simples: portugal é um país onde se gastou sempre mais do que se tinha. basta olhar para a época dos descobrimentos, quando o ouro chegava em barcos para honrar a podridão da igreja de então sobre a forma de talha dourada. uma breve comparação com essa época basta para ver o quanto este hábito se encontra enraizado na nossa cultura.
há muito que defendo que a razão de algumas políticas falharem é a falta de educação da população em geral, uma multidão vidrada para direitos sem olhos para deveres, sem margem para cedências em prol do bem geral, onde os vícios e uma mistura de inveja e de desejo de querer mais do que quem mora na casa do lado levam a um endividamento exponencialmente crescente. uma política economica irracional e expancionista, onde o emprestar sem margens de segurança, leva a população a gastos desmesurados em bens, muitos deles superfulos, que pertencem a classes economicamente superiores, muitas delas também em situação precária neste momento. não querendo estratificar a sociedade, apesar de assim o parecer, defendo que o crescimento deve ser sustentado e essa filosofia deve ser aplicada a cada família. cada pessoa ou conjunto de pessoas deve ter perfeita noção de onde pode chegar, de quanto e quando pode gastar.
certo que muitos não têm possibilidades, como se costuma dizer, mas muitos têm também vergonha de pedir apoio a entidades que o dão, mais uma vez porque o vizinho não pode saber.
a irresponsabilidade banqueira ajudou à situação, onde primeiro os bancos e mais tarde as empresas de "crédito fácil", levaram ao endividamento herculaneo de muitas famílias. portugal comportou-se exactamente como a maioria das famílias portuguesas, compras atrás de compras, obras e carros, um governo à imagem de portugal, gastanto mais do que podia e devia endividando-se mais do que recomendável até ao ponto de pagar a prestação da casa com o cartão de crédito.
por tudo isto digo que a culpa não foi única e exclusivamente dos políticos, mas de todos os que se comportaram de forma economicamente irresponsável. posso ser mal entendido por muitos, mas estou convicto que a minha opinião está correcta em muitos aspectos, estando também aberta a algumas melhorias que encaixem de forma adequada.

Sunday, April 10, 2011

Rocha fria pedra morta

viste aquela estrela?
raio de luz nesta noite quase dia,
pedra que rasga a pele de uma terra magoada,
que toca o ar que custa a respirar.
rocha fria.
rocha sem vida de tão gelada,
cedo aquece por dois corpos juntar
nesse jogo em que só um prevalece,
onde a beleza pouco ou nada importa,
pois num segundo tudo acontece.
dessa pedra morta
que traça uma fina linha no céu,
iluminando pensamentos sonhadores,
apagando esse tom breu
assim como todos os maus amores.
cedo o calor se torna apagar,
assim ditam as regras sem excepção,
mas elas foram feitas para quebrar,
como se quebra o coração.

Monday, April 04, 2011

Cores dos dias

dizem que é louca a cor amarela
de quem não sabe o que faz ou o que quer ter
cor que muitas vezes preenche a tela
que retrata os traços do meu ser

vezes essas que perco conta
como as noites que passo sem dormir
entregue a palavras presas numa ponta
desse lápis acabado de partir

laminas de grafite que cortam a pele
sujando o branco desse falso livro
cravando fundo letras no papel
como diamante num pedaço de vidro

o parecer simples da fragilidade
o simples passar com pele em veludo
as palavras presas na simplicidade
de uma história gritada em tons de mudo

sem qualquer ruído e uma só cor
o cinzento ocupa todo o espaço pedido
pergunto o porquê de não ter valor
deste poema não fazer qualquer sentido

e embora o céu brilhe em tom azulado
o dia ainda permanece cinzento
queria que o sol parecesse cansado
e que a lua aparecesse neste momento

para a ver mostrar essa luz tão bela
roubada a quem todo o dia brilhou
tantas vezes de cor amarela
cor com que esta história começou

Sunday, April 03, 2011

Fados de um jardim





hoje a névoa disfarçou o céu azulado,
num jogo de cumplicidade onde a lua tem seu papel,
destinados a uma longa eternidade lado a lado,
longe desta terra amarga como fel,
a janela permanece intacta, à espera do teu toque,
que recordo quente.
que lembra longas tardes em que o sol não dá lugar,
à lua, ao luar.
em que durante as horas finais ele rouba cada minuto,
como eu te roubo a ti,
para que possamos ficar mais um pouco acordados,
enquanto palavras tuas escuto,
como queria escutar aqui,
essa voz que me faz lembrar de fados.
sei que longe deles queres estar,
dona e senhora da razão,
mas há momentos em que não consegues evitar,
ouvir a voz do coração.

Saturday, April 02, 2011

Mãos Quentes


Gostava de deixar estas letras ao teu lado num despertar,
nessas manhãs de verão que ainda longe se encontram,
com palavras simples numa imitação do meu olhar,
enquanto vislumbro esses gestos que os teus cabelos moldam.
Falas a certa altura de inspiração,
do que torna diferentes essas páginas brancas,
do que é mas já foi passado na tua mão,
noites loucas foram tantas.
Puxas outro cigarro no meio da música,
deixas a névoa o livro imitar,
sem som ou cor,
apenas o misto de branco e preto,
dois opostos simples de um tom
que faz brilhar o teu olhar.
Tens as mãos quentes.
É tudo tão simples,
é sempre,
querer ver o que não conheço
como não vejo hoje a lua,
como não vejo a janela aberta do teu quarto
nem sinto as tuas mãos quando a fechares.

Thursday, March 31, 2011

Chuva

As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir...

... Mariza (Chuva)

Wednesday, March 30, 2011

Dia de amanhã

já não me lembro se o assunto foi monologado por estes lados em publicações anteriores, talvez porque muitas vezes penso nele, se sim servirá este texto para reforçar a ideia, se não será apenas a primeira vez de muitas.
complicado paragrafo de introdução, como complicada é a questão que tão poucas vezes corre desenfreadamente entre sinapses, imagens e pensamentos que preenchem o trabalho dos nossos neurónios. apesar de viver um pouco o dia a dia sem pensar no que virá amanhã contínuo a encontrar com elevada frequência quem não faça o mesmo, quem se guarde de males maiores por medo ou precaução. não estou a aconselhar que se viva assim, até porque é necessário perceber a razão para o fazer. mas como qualquer regra existem excepções e é nessas alturas que é simples chegar à conclusão que é bom continuar a viver um dia de cada vez.
pelas minhas contas, que não costumam falhar muito e vendo apenas a perspectiva pessimista estarei cego do olho direito daqui a 5 anos. provavelmente terei algum problema cardíaco nos próximos 5 a 15 anos. podia ser ainda mais pessimista e incluir mais alguns que só de pensar fazem arrepios, mas ficam para já estes dois que ainda vão dando que pensar, especialmente o primeiro, já que o olho esquerdo também já teve melhores dias. não ver foi talvez o acontecimento que mais me marcou e não desejo isso a ninguém, desejo sim que vejam o ensaio sobre a cegueira e que aprendam com ele uma lição, mais uma das muitas que aprendi com quem já cá não está. eu não vi, senti e é sentindo que se vive os dias com a intensidade devida, porque passatempos há muitos, vida só temos esta.

Monday, March 28, 2011

Simplesmente

quando existe um problema usamos muitas vezes a palavra "porquê". mas porquê? não existe outra abordagem? outra maneira de tentar encontrar soluções, caminhos, formas de achar um final feliz como nos contos de miúdos? o certo é que em grande parte das situações o porquê não faz sentido pois, o problema não está lá, está aqui bem perto, escondido em locais onde nunca nos lembramos de procurar. outras vezes porém, o problema nem sequer existe. a criação de um perfil pouco confiante, de hipocondrismo anímico torna o ser mais independente no mais carente, chato, questionador e muitas vezes cansativamente repetitivo. esperar que um clic possa mudar esse estado, como se de uns e zeros se tratasse, como se o necessário fosse apenas um pequeno estímulo é desesperante. a solução é simplesmente infinita, como se algo que não termina pudesse ser entendido por uma criança, no entanto, a criança entente esse simples, não tem os mesmos problemas porque nem sequer pensa neles por não os criar.

Monday, March 21, 2011

Dia mundial da poesia

porque hoje é o dia mundial da poesia, aqui fica um dos meus contributos.
obrigado a ti pela inspiração :)

mais uma das minhas missivas
começas a ler neste momento
espero corresponder às expectativas
pois o teu sorriso dá-me alento

podia desfazer-me em palavras doces
açúcar branco, imaculado e puro
faria isso se tu fosses
a luz que me protege do escuro

sim és. dúvidas dessa realidade?
que me dás o sorriso a cada acordar
que tens essa habilidade
de me preencher o olhar

mas falemos do dia que passa
que seja o primeiro de muitos costumam falar
que por muitos anos a menina faça
deste dia um momento a recordar

sentes falta de mel neste poema?
de mimos como estás habituada?
não temas pois não há problema
eles vão chegar daqui a nada

palavras lindas que te aquecem
que fazem o teu coração correr
tão doces que não se esquecem
nem se apagam do teu ser

noto a tua face rosada
sinto de longe o teu calor
sei que estás apaixonada
sei quem é o teu amor

vejo o sorriso nos teus lábios
vejo o brilho do teu olhar
não é preciso ser dos mais sábios
para nesta altura um beijo roubar

espero que gostes da tua prenda
destas palavras que escrevi
assim como da outra oferenda
que a comprar me atrevi

não quero que fiques chateada
por ter tomado essa decisão
sabes que és a minha adorada
do fundo do coração

não sorrias dessa forma
pelas palavras e pelo feito
pois já sabes que é norma
o que faço deixar-te sem jeito

envergonhada sem saber o que fazer
em tom encarnado levemente corada
certo que não te vais esconder
nem dizer que não estás apaixonada

penso não ter dado novidades
nada que não soubesses já
pois são tudo verdades
o que te disse de dezembro para cá

não mais me vou alongar
por querer a tua atenção
não que as palavras possam faltar
como falta me faz o teu coração

por isso assim me despeço
com um beijo teu na mente
por agora nem isso te peço
quero roubá-lo de repente

quero muito ver-te com cara alegre
neste dia feliz quase lendário
e que para o ano mais uma vez se celebre
o teu día de aniversário

Wednesday, March 09, 2011

Porque...

porque a memória o permite
porque os momentos não se esquecem
porque por mais que acredite
que meras palavras te enlouquecem

porque a vida não são só três dias
porque ela pode acabar agora
porque não dizes o que querias
e me abraças sem demora

porque não te vejo a meu lado
porque não sinto a tua pele
porque tê-la longe não é do meu agrado
sendo ela tão doce quanto o mel

porque faço tantas perguntas
porque razão não sei responder
porque não estão duas almas juntas
proibidas de viver

porque não é tudo mais simples
porque não me deixam filosofar
porque a filosofia de aristocles
era bem mais do que pensar

porque é assim a nossa essência
porque não sei mais o que dizer
porque escrevi com excelência
este poema de saber

Tuesday, February 22, 2011

Because people don't like it

"Posso parar dois minutos e ler um texto do Miguel Esteves Cardoso e ter saudades de quando escrevia no Independente?"
posso fazer o que quiser? no. but why? because people don't like it!
e então? é melhor correr mundo encharcado em hipocrisia, mentindo mentira atrás de mentira apenas para que todos me encarem de sorriso completo. não, mas porquê? porque eu não gosto.
é triste saber que há pessoas que não têm a capacidade de escolher o que gostam because people don't like it. é algo que se nota frequentemente, no dia a dia do utilizador mais atento da vida em formato pessoal social. já no formato século XXI onde temos uma máquina à nossa frente, esse facto torna-se ainda mais notável e fácil de encontrar. como exemplo, basta olhar para convocatórias de manifestações preenchidas por pseudo manifestantes, que em caso algum vão sair da sua zona de conforto para passear de bandeira na mão a reinvidicar aquilo a que chamam direitos ou aquilo a que o manifestante do lado pensa merecer. mas se ele acha que merece então eu também mereço e na loucura da ilegitimidade junto-me à causa.
passamos metade da nossa vida a falar com algo que não tem sentidos nem sentimentos, talvez seja por isso que cada vez somos mais frios, insensíveis e mecanicamente incorrectos. mas se tantas pessoas gostam é porque deve ser bom, but i don't like it.
sabe bem ter uma conversa, sabe bem ler um jornal tocando no papel, sabe bem fazer coisas como antigamente.

Tuesday, February 08, 2011

Five minutes of everything

às vezes preencho puzzles com nomes de músicas, o resultado é mais ou menos este...



Um amor "quase perfeito", não há "mais que um amor no mundo", onde não se espera a "esperada despedida" e os passos são dados em frente "sem marcha atrás". todos actos são "sombras de desejo" numa paz de lembrar a "pomba branca". mas depressa o "lado a lado" passa a "dois lados do mesmo adeus", percebemos que "agora já é tarde" ainda que estejas "aqui tão perto" no "canto no meu canto", porque "nós nunca somos iguais" e o amor não envelhece como o "vinho do porto", por isso jamais eu vou "amar como te amei".



often "young americans" have "an occasional dream", a "space oddity"? find "life on Mars" or a bit of "ziggy stardust", maybe be the "starman" or "the man who sold the world" during the "golden years". "the jean genie" had "sound and vision" to achieve "fame". "oh! you pretty things" "let's dance"! "it ain't easy" to be "fashion" while using "diamond dogs" from "station to station". be a "star" "under pressure", "be my wife".



"once" i feel "black" minded, an "animal" in a "garden" "deep" down in the "oceans". but then i said: "do the evolution", you should feel "alive", "go" to the surface, you could "even flow". but "why go"? because i know "who you are", i want to make you "smile", "release" you from your pain. Make a "wishlist" "amongst the waves" because it's "nothing as it seems". "sometimes" "life is wasted", therefor while "whipping" time at the "speed of sound", feeling "light years" away, wishing for a moment to "just breathe", a way to "come back" to that "state of love and trust". there's one "last exit, i see "low light" far away, i feel the "thin air", i know there's "no way" to get "immortality" but can't keep "in hiding", so i'm going to "save you" my "daughter".
in "the end" i want to be a "better man" and have one "last kiss".



i'm so "happy i could die", my "bad romance" is over, i'm no "monster" neither i've "poker face". i may be "beautiful, dirty, rich" but i don't want "the fame". you don't have "brown eyes" neither i'm your "summerboy", i just want to "dance in the dark" in the "disco heaven", cause yeah, "i like it rough", "retro, dance, freak" but please, don't call me "alejandro", please "just dance" until you leave me "speechless". this is our "lovegame".


"are you near?" "wake up" and tell me "the difference between us". "Ok do you want something simple? algo "fácil de entender"? yes, "an answer", the "pure" "truth". "you know", it's a "question of love"! things "changes" and i'm going to be "nice and sweet" but i won't let you "dream with someone else's dream". this is "how the end… always end"



"Hello baby", "come over" here, "i know you". You have a "pretty face", "let's take a trip together".
i'll take you to the "moons of jupiter" this "night".
no, that's "all wrong", "it's not like that anymore", i feel like an "empty box".
really, "i'd catch you" at "eleven o'clock".. "Claire"?
no, my name is "Lilah". just "put it down" and "have a lucky day".
then "take me with you", "you speak my language", "you look like rain" and you could be my "cure for pain".



"wish i" "can fly high" and get "on the top of the world" where you "stay now" or i could take "just a ride" maybe "keep on walking". "it's amazing" how "i'm falling for you". i beg you to "save me" cause i'm going "crazy" by "missing you". i'm now "finally woken" going "down to earth" but still "i want you to" "come on closer".

Tuesday, February 01, 2011

Dois ouvidos e uma boca

existem ditados, muitos que me lembro, alguns que sei e outros que vou aprendendo. hoje lembrei-me de dois que têm semelhantes significados.
"deram-nos dois ouvidos e uma boca para ouvirmos o dobro do que falamos."
"as vezes é melhor ficar calado e deixar que os outros pensem que você é parvo do que abrir a boca e não deixar nenhuma dúvida."
mais uma vez, é simples falar sobre o assunto, não é complicado argumentar quando se vê o filme sem fazer parte do elenco que o torna possível. quando assim é, quando o mundo é nosso e não vemos o que fazemos com olhos de deus, torna-se por vezes difícil permanecer à margem, manter uma tendência isenta de influências, escolher a decisão correcta aos olhos do realizador.
esse filme que não tem remakes, segundas versões ou qualquer tipo de replay chama-se vida. esse conjunto de "desenhos onde a borracha não existe" para emendar erros que possam ter existido, onde o lápis é uma caneta de tinta permanente, é para ser vivido no presente e não apenas para ser passado no passado.
é difícil ser perfeito quando nos dão dois ouvidos e uma boca para ouvirmos o dobro do que falamos, duas mãos com que podemos escrever, dez dedos com que podemos tocar com a precisão de uma máquina as letras que agora estou a usar e apenas dois olhos para receber isso. em vez de duplicar, a troca de informação quintuplica.