Sunday, September 18, 2011

black and white

A essência de ser divide-se essencialmente em duas partes, separadas e intocáveis, partidas por um espelho que apenas as deixa ver a si próprias.
uma acredita no rosa desses contos de crianças, em palavras de outra pessoa, como o calor de dois corpos enrolados, um beijo antes do final do filme ou esse jogo de pés com pés em lençóis do teu leito. uma acredita no inconcebível, no que sabe impossível, mas continua, segue cegamente em frente na procura desse sonho de ser grande. mergulha no vazio e vence nesse misto de coragem e loucura.

ambas vivem na solidão de não poder viver em simultâneo e talvez seja isso que as mantém vivas.

a outra vive em cantos só seus, vagueia só por essas ruas pintadas de mensagens que poucos percebem. o velho estigma da definição de arte, preso a preconceitos e regras que apenas me lembram o mundo que não devia existir. esse lado mais negro que acredita que a partilha não existe, que os lugares são só seus, de quem descobre e vê a beleza que mais ninguém vê.

no fundo, é bom que ambos os lados existam. é difícil que possam coabitar, mas um dia talvez o façam. nesse dia vamos viver a vida a preto e branco.

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