Sunday, December 16, 2012

Existem bolhas de sabão

dizes-me para eu escrever mas eu não sei, não sou bom nessa arte de ligar palavras e fazê-las tocar mais do que a cor doce dos teus olhos. quem escreve bem não deixa as palavras presas no exterior, faz com que elas corram pelo corpo como o arrepio de um beijo que passou quente e frio pela pele. e não deixa que elas fiquem apenas na pele, leva-as até ao coração. isso não sei fazer. tu sabes que não
 sei. existe o Mar da Palha, existem Micro contos, existe a Fábrica de Escrita e a Associação de Palavras, mas eu sinto-me pequeno e sem importância ao lado da perfeição de um poema que nos beija o pensamento. deixo as imagens para a imaginação, esqueço as vistas de miradouros de que tenho saudades, de que tenho memórias. entrego-me à saudade e aos meus defeitos, aos sentimentos que não sei esconder e a tudo aquilo que te digo em cada frase, deixo sempre um gosto de ti disfarçado de ponto final. não de interrogação ou exclamação, esses são demasiado complexos e aquilo que sinto por ti é o sentimento mais simples. e tu sabes que sim, porque gostar de ti é simples, tão simples como a felicidade de uma criança que brinca com bolhas de sabão.

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