Tuesday, August 23, 2011

Brazileira

Manténs essa imensa altivez
permaneces impávido e sereno
enquanto as pessoas aguardam a vez
para pousar com o belo monumento

Pouco ou nenhum ser tem o dom,
de ser homónimo de nome teu,
elogiar o teu génio orpheu
sem de ti esperar um só som

Voltar atrás a esses dias
passados na brasileira a falar
divagar por repúblicas e monarquias
ou apenas ricardos e albertos lembrar

Eterno desassossego entregue ao relento
como mendigo que dorme e sonha na rua
invejo a tua sorte por a cada momento
sentires quente na pele a luz da lua

Por teres o silêncio pela manhã
por teres a conversa pela tarde
a noite apaga o dia de amanhã
e no copo o absinto ainda arde

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