Monday, June 27, 2011

Mas ele não se cansa

mas ele não se cansa, não se esquece, lembra-se sempre de cada história que fica por contar.
corre louco vezes infinitas, tantas que se perde o conto nas lembranças de tempos aureos de romance. tempo em que tudo estava tão perto do perfeito como perto os lábios estão num beijo. nesse terrível erro da mente humana, a falta de volatilidade que não permite o esquecimento, fácil, repentino, incurável dor de perder um pedaço que pensávamos nosso. impaciência da tristeza de ver partir quem há tão pouco tempo chegou, quem entrou de rompante nas nossas vidas, durante anos que passaram num ápice, com ou sem promessas vitalícias num mundo para lá da terra do nunca, repleto de sonhos que ainda hoje estão escritos a caneta dando cor à mais branca das mentes.
como li em dias, esse pedaço de pedaços, esse puzzle de recordações onde a vida tantas vezes é criada, tantas como a morte escreve lá as suas preces, continua todos os dias a correr para o esquecimento, para a incompreensão, sem se cansar, sem se esquecer, à procura sem querer de alguém que escreva o seu nome nesse novo pedaço de coração.

1 comment:

Damra said...

Adorei :)