Monday, April 11, 2011

Crises de direitos

um pequeno à parte no habitual conteúdo do blog onde reinam rimas e palavras bonitas, floreados literários que muitas vezes adquirem multiplos sentidos para quem lê, mas que para mim, apenas numa direcção, são claros como água.
abordo uma questão que de certa forma me irrita, a crise política e económica que atravessamos, a luta por direitos, sempre por direitos esquecendo deveres.
há quem culpe políticos pelo que passamos, outros culpam entidades de regulação económica e bancos, capitalismo e globalização, petróleo e especulação, não faltam "bodes" para espiar.
mas a resposta à crise que atravessamos neste momento é muito simples: portugal é um país onde se gastou sempre mais do que se tinha. basta olhar para a época dos descobrimentos, quando o ouro chegava em barcos para honrar a podridão da igreja de então sobre a forma de talha dourada. uma breve comparação com essa época basta para ver o quanto este hábito se encontra enraizado na nossa cultura.
há muito que defendo que a razão de algumas políticas falharem é a falta de educação da população em geral, uma multidão vidrada para direitos sem olhos para deveres, sem margem para cedências em prol do bem geral, onde os vícios e uma mistura de inveja e de desejo de querer mais do que quem mora na casa do lado levam a um endividamento exponencialmente crescente. uma política economica irracional e expancionista, onde o emprestar sem margens de segurança, leva a população a gastos desmesurados em bens, muitos deles superfulos, que pertencem a classes economicamente superiores, muitas delas também em situação precária neste momento. não querendo estratificar a sociedade, apesar de assim o parecer, defendo que o crescimento deve ser sustentado e essa filosofia deve ser aplicada a cada família. cada pessoa ou conjunto de pessoas deve ter perfeita noção de onde pode chegar, de quanto e quando pode gastar.
certo que muitos não têm possibilidades, como se costuma dizer, mas muitos têm também vergonha de pedir apoio a entidades que o dão, mais uma vez porque o vizinho não pode saber.
a irresponsabilidade banqueira ajudou à situação, onde primeiro os bancos e mais tarde as empresas de "crédito fácil", levaram ao endividamento herculaneo de muitas famílias. portugal comportou-se exactamente como a maioria das famílias portuguesas, compras atrás de compras, obras e carros, um governo à imagem de portugal, gastanto mais do que podia e devia endividando-se mais do que recomendável até ao ponto de pagar a prestação da casa com o cartão de crédito.
por tudo isto digo que a culpa não foi única e exclusivamente dos políticos, mas de todos os que se comportaram de forma economicamente irresponsável. posso ser mal entendido por muitos, mas estou convicto que a minha opinião está correcta em muitos aspectos, estando também aberta a algumas melhorias que encaixem de forma adequada.

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