Saturday, April 02, 2011

Mãos Quentes


Gostava de deixar estas letras ao teu lado num despertar,
nessas manhãs de verão que ainda longe se encontram,
com palavras simples numa imitação do meu olhar,
enquanto vislumbro esses gestos que os teus cabelos moldam.
Falas a certa altura de inspiração,
do que torna diferentes essas páginas brancas,
do que é mas já foi passado na tua mão,
noites loucas foram tantas.
Puxas outro cigarro no meio da música,
deixas a névoa o livro imitar,
sem som ou cor,
apenas o misto de branco e preto,
dois opostos simples de um tom
que faz brilhar o teu olhar.
Tens as mãos quentes.
É tudo tão simples,
é sempre,
querer ver o que não conheço
como não vejo hoje a lua,
como não vejo a janela aberta do teu quarto
nem sinto as tuas mãos quando a fechares.

3 comments:

Damra said...

não sei....
e perguntas, curiosodades,questões é o que me surge quando leio....
acho que determinadas coisas não é possível pôr por palavras pois têem interpretações diferentes conforme as pessoas....
a única forma de comentar isto é ser espontânea!! como eu sou normalmente :)
algumas coisas podem não fazer sentido, ou fazer todo....
forte é a primeira palavra que me surge..
continuo na mesma, acho que transmites muito mais do que realmente está escrito...
falta saber é se as pessoas conseguem ver isso....
para mim à palavras que se destacam, o olhar, cabelo, mãos, branco e preto, olhar :) simples e lua....
querer ver o que não conheço como não vejo hoje a lua...
podes ver a lua hoje ;)

Damra said...

os opostos atraem-se como o branco e o preto, como o "querer ver o que não conheço" mas conheceres.....
aí no meio estão implicitas várias coisas que sentes....
mas transmites a quem saiba ler ;)

Damra said...

fui escrevendo o que me foi surgindo.... o que as palavras me foram dizendo apesar de estar a ler o que não estava escrito....